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Reinado

O Reinado - é sempre comemorado com muita participação da comunidade. Durante três dias rendem homenagens aos santos: N. S. do Rosário, Santa Ifigênia e São Benedito, preservando uma das mais importantes manifestações folclóricas de religiosidade popular. Celebra-se o Reinado nos meses de maio e outubro. Os festejos têm início no sábado, próximo às datas comemorativas (13 de maio e/ou outubro) continuando no domingo e encerrando na segunda–feira, com os seguintes procedimentos: os mastros e as bandeiras são elevados 22 dias antes da data agendada. É festejado um dia para cada santo, perfazendo assim, três dias de festividades. No sábado há a distribuição das coroas. As primeiras a serem distribuídas são as Coroas Grandes para o rei e rainha. Depois são distribuídas as Coroas Menores para os pagadores de promessas: príncipes, princesas, juízes e juízas. O domingo inicia-se com sonora alvorada com a participação de todos os ternos. Na alvorada os membros dos ternos formam uma única fila fazendo evoluções pelas ruas da cidade. Após a alvorada, os ternos dirigem à casa dos reis, onde é servido o café com broas de amendoim, biscoitos, pão de queijo e bolos. Às 12 horas é servido o banquete, almoço festivo. À tarde os ternos desfilam pela cidade à frente do séqüito real até à Igreja do Rosário ( Capela do Reinado) conduzindo as pessoas que vão pagar promessas. Todos usam indumentárias características e luxuosas. Os tons suaves das vestimentas ( sobressaindo o azul e o branco) contrastam com a cores negra, parda e brilhante dos rostos suados e expressivos. Fitas coloridas esvoaçam em torno dos ombros, como se fossem pequenos arco-íris dançando na tarde. Serena e discreta a rainha desfila pelas ruas com a majestade que lhe confere a condição de festeira. O cortejo de devotos que se veste de reis, rainhas, príncipes e princesas, acompanhados de guarda-coroas, desfila na cadência dos tambores. A melodia nostálgica, entoada pelos cantores, soa como um lamento mesclado de saudade, esperança e liberdade. Na segunda-feira os ternos se reúnem pela manhã dançando e cantando, para às 12 horas estarem novamente à casa dos reis, onde será servido o banquete. À tarde, realiza-se outro desfile do cortejo, em direção à Igreja do Reinado, porém sem as Coroas Menores que já cumpriram suas promessas no domingo. Ao chegarem ao interior da igreja, faz-se uma pausa silenciosa. Os ternos param de tocar e o juizado descansa. Prosseguindo acontece a cerimônia da descoroação dos reis pelo presidente do Reinado e seu auxiliar. E os reis e rainhas perpétuos e congos coroam o rei e a rainha para a festa seguinte. O novo rei e a nova rainha são apresentados aos ternos e ao público, saudados com palmas e repiques de tambores. Em seguida, faz-se o descendimento das bandeiras e mastros.

O Reinado é composto pelos ternos: Moçambique – é uma guarda especial para proteger os reis. Segundo as tradições lendárias era o preferido de Chico Rei e foi o terno que N. S. do Rosário acompanhou até à igreja.

É o terno que abre as festividades. Sem a presença dos moçambiqueiros, os outros ternos não podem, por exemplo, aproximar da mesa do banquete. Dançam com chocalhos nos pés, simbolizando os grilhões que prendiam os escravos. Os membros do Moçambique entoam a “demanda”, que é uma espécie de desafio cantado. Os cânticos são louvores à Virgem homenageada. É composto de poucas pessoas e com idade mais avançada. É um terno que usa indumentária simples, pouco vistoso e com ritmo indolente. O capitão usa um bastão, considerado místico, confeccionado com três madeiras: braúna, acácia e cedro; Congo – usando espadas, tem a função de guardar as coroas. Seus instrumentos são: zabumba, reco-reco, viola e sanfona. O ritmo é bem marcante. As vestes são decoradas com longas fitas; Catopé – sua função é divertir e alegrar o público com cantos e danças. Usando a zabumba, sanfona e reco-reco procuram dar mais intensidade às cadências. As vestes são bem coloridas e os chapéus enfeitados com fitas até o chão; Vilão – sua função também é divertir, alegrar e enfeitar a festa. Seus instrumentos são: caixas, sanfonas, violas, triângulos. Cada componente porta um bastão fino com dois metros de comprimento, com fitas coloridas em sua extremidade, para apresentar evoluções.

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